quarta-feira, 13 de junho de 2012

bolo salgado


obra de vincenzo campi/christ in the house of mary and martha


achei que seria uma boa idéia impor a mim o desafio de, de alguma maneira, perpetuar as receitas do blogg com histórias comestíveis, e venho destacado esta idéia desde o início. e por isso me pareceu interessante publicar, nesta edição, essa pepita da arte mundial, o quadro de vincenzo campi, cristo na casa de maria e martha.

os campi eram uma família de pintores italianos em cremona no século 16.
no norte da itália, onde tiveram o esplêndido exemplo dos venezianos, e alguns conhecimentos de arte flamenga e alemã, os contrastes de luz e sombra puderam expressar o verdadeiro sentimento da obra dos campi de cremona.

o chefe da família era galeazzo campi, um aluno de boccaccio boccaccinie, e o pai de giulio, antonio e vincenzo.

vincenzo campi, o ilustrador da receita de hoje, do blogg, foi treinado por seu irmão giulio e pintou, principalmente, santos, retratos, naturezas-mortas, e interiores de cozinhas com muita gente.

acho que, com ele, não dá para imaginar algo menos pop, laboral e estimulante. mas se o legado de vincenzo campi tem a ver com pré-comilança, a própria razão de escrever qualquer receita, tá super bem encaixada aqui.

vamos a ela que é simples, prática, facilinha, e dispensa o aparato culinário, geralmente retratado na obra de vincenzo campi.

ingredientes da massa:
1 copo de leite
1 copo de farinha de trigo
2/3 de xícara de óleo
3 ovos inteiros
1 colher - sopa - do meu tempero - a receita está aqui
320g de queijo gorgonzola esfarelado
2 colheres - sopa - de gergelim escuro
2 colheres - sopa - de salsinha picada
queijo parmesão ralado e/ou batata palha
1 colher de sopa de fermento químico em pó

ingredientes do recheio:
300g de mussarela ralada ou picada
200g de peito de peru defumado cortado bem miúdo
3 colheres - sopa - de molho de tomate pedaçudo
cheiro verde a gosto
2 ou 3 regadas de azeite de oliva extra virgem


preparando:
ligue o forno a 200º. unte uma forma ou assadeira - costumo usar a forma de buraco no meio, untada com óleo e farinha de rosca.
numa vasilha, misture todos os ingredientes do recheio. reserve.
bata todos os ingredientes da massa, menos o fermento, no liquidificador, até ficar uma mistura homogênea. acrescente o fermento e bata mais um pouco, até que ele se misture.
se quiser acrescente, sem bater, as 2 colheres de gergelim escuro e as 2 colheres de salsinha picada.
despeje metade da massa na forma untada, espalhe sobre ela o recheio reservado, cubra com o restante da massa, e salpique com queijo parmesão ralado, e/ou batata palha.

leve ao forno pré aquecido, e deixe por lá até ficar dourado - poderia ser 40 minutos.
quem me conhece sabe o que eu diria agora: forno e marido, cada um sabe do seu. hoje em dia, mais forno que marido.

abracadabra et, voilà!!!
requeri/regina claudia

domingo, 10 de junho de 2012

gelatina arco-íris

esta sobremesa é um pouco trabalhosa, requer atenção e cuidado, mas o resultado é muito lindo e saboroso.

ingredientes:
1 caixa de gelatina de uva
1 caixa de gelatina de abacaxi
1 caixa de gelatina de limão
1 caixa de gelatina de tutti-fruti
1 caixa de gelatina de morango
250 ml de leite de coco
250 ml de leite condensado
água

preparando:
unte uma forma com óleo.
prepare a gelatina de uva com menos água do que o indicado na caixa - 100ml de água quente, 200 ml de água fria. divida em duas partes. reserve uma parte.
a primeira parte coloque na forma e leve para gelar - leve ao congelador, e vigie, a gelatina não deve endurecer totalmente, pois, pode desmontar/separar as cores depois de pronta, quando desenformar. enquanto ela endurece, misture a parte que estava reservada com leite de coco e leite condensado, em partes iguais - mais ou menos 50ml de cada.
retire a gelatina que estava no congelador e, com muito cuidado, delicadamente, com a ajuda de uma colher, espalhe a camada de gelatina misturada ao leite de coco e ao leite condensado, sobre a gelatina que você retirou da geladeira. leve para endurecer novamente, seguindo o mesmo processo. faça o mesmo com os outros sabores de gelatina.

como deverá ser montada a gelatina arco-íris???

1ª gelatina de uva
2ª gelatina de uva com leite de coco e leite condensado
3ª gelatina de limão
4ª gelatina de limão com leite de coco e leite condensado
5ª gelatina de abacaxi
6ª gelatina de abacaxi com leite condensado
7ª gelatina de tutti-fruti
8ª gelatina de tutti-fruti com leite condensado
9ª gelatina de morango
10ª gelatina de morango com leite condensado

abracadabra et, voilà!!!
requeri/regina claudia

terça-feira, 22 de maio de 2012

torta de liquidificador, de presunto, muçarela e creme de milho

alimentar é a mais primitiva e eficiente demonstração de amor.
alimentar é um ato convivente e uma boa torta se presta a isso, conviver, convidar, convivas, bom sabor, boa convivência.
venho com mais esta invenção culinária, pra tornar ocupadas as bocas, fechando com o prazer e com a plenitude do sabor. na minha dimensão, a cozinha é outro país, e me permite viagens ótimas, em meio a geografias de intermináveis planícies, históricas e ricas em simbolismos, uma alegria dopada, uma alegria a cores, cheiros e sabores.

a minha grande contribuição será, pra sempre, juntar ingredientes e festejar, à minha moda, silenciosamente - será que eu consigo??? - criando, cozinhando, alimentando.


"o prazer de comer é, desde há muitos séculos, na nossa cultura, um prazer convivial: um prazer que se gosta de usufruir em comum. pode-se comer só e beber só quando se é a isso constrangido para satisfação da necessidade de matar a fome e matar a sede, mas a procura da voluptuosidade do paladar em solitário é um vício que a moral condena. as sociedades utilizam os prazeres da vida para estabelecer ou fortalecer os laços sociais e na maior parte das sociedades a refeição partilhada é um instrumento de sociabilidade. a refeição deverá ser uma celebração, uma festa onde o prazer se divide entre as pessoas. prazer de matar a fome, alegria por tomar contacto com um prato e honrar uma receita necessariamente sacralizada, e de ver os outros comungar com a mesma exaltação.
foi com exaltação e muito prazer que reparti mesa e mantel com todos os meus convidados presentes nesta recolha.
amizades, afinidades e simpatias proporcionaram-me refeições de memória e é dessa memória que aqui dou conta.” nos disse,
alfredo saramago.

o que sabemos sobre a torta?
o bolo é uma preparação de alimento assado em forma redonda, cujo nome originalmente é descrito como um pão círcular - torta em latim.
a torta é feita com uma crosta de massa enfeitada recheada com uma mistura de carne bovina, de aves, de peixe ou legumes temperada com ervas e ingredientes complementares ou doce, com frutas e creme.
a cobertura é uma redução da mesma massa formando uma capa. mas há aquelas sem tampa, as tortas com bordas elevadas.
tortas se prestam a adaptações, e variadas maneiras de fazer. são versáteis, completas, ricas.
na cozinha medieval -
leia [...] - e do renascimento foi uma receita das mais comuns. redondas, decorativas e grandes, recheadas com carne de ovelha, de bovino, de porco ou com especiarias e uvas passas, recortadas nas bordas e enfeitadas com bandeiras e brasões dos convidados.

o que se diz é que torta é feita em forma redonda e que em forma retangular não é torta. mas, a sabedoria popular mudou esse conceito. torta é todo alimento feito de massa, que ganha recheio, e que vai ao forno para assar/cozinhar.
a receita a seguir é uma variação com massa líquida, prática, feita no liquidificador. 



nota do blogg: sem o recheio, e assado em forma de buraco no meio, esta receita se presta a virar um versátil e delicioso bolo salgado. apresente um café fresquinho, e as fatias quentinhas vão querer uma porção de manteiga, requeijão, margarina, ...

medidas:
colher = sopa
xícara = chá

convidados sempre esbanjam energia. estão alegres pelo convite, pela companhia, pela quebra de rotina ... mas tenho um defeito, com ou sem convidados, não sei cozinhar pra pouca boca. as minhas receitas são enormes e, como sempre, pensei numa receita grande que, portanto, precisa de espaço. aconselho o uso de uma assadeira de vidro conhecida como lazanheira
descrita aqui.

aqueça o forno a 180 graus. unte a assadeira com óleo. reserve.

primeiro recheio:

1 colher de margarina ou manteiga
1 colher do meu tempero -
a receita está aqui
1 lata de milho verde batido com a água
250 ml de leite
um pacotinho de creme de milho verde - a sopa de pacotinho
1 caixinha de creme de leite

segundo recheio:

800 g de presunto e muçarela - 400 g de cada, ambos ralados ou cortados miudamente
azeite
2 colheres do meu tempero -
a receita está aqui
200 gramas de molho de tomate, pronto
1 colher rasa de oregano
azeitonas verdes, sem caroço, cortadas em rodelas

a massa:

18 colheres de farinha de trigo - uso uma mistura de farinha de trigo integral, 
farinha de trigo refinada e farinha de aveia 
1 tablete de caldo de galinha ou outro de sua preferência
5 ovos
3/4 de xícara de óleo
3 xícaras de leite
4 colheres de queijo parmesão ralado ou 150 g de queijo gorgonzola
2 colheres do meu tempero -
a receita está aqui - ou 1 cebola pequena e 3 dentes de alho
1 e 1/2 colheres de fermento químico

confecção e montagem:

prepare o primeiro recheio: bata no liquidificador o milho, o creme de milho e o leite. não lave o copo do liquidificador. reserve.
aqueça o azeite e a margarina - em dupla, evita que a manteiga ou a margarina queimem - acrescente o meu tempero, deixe fritar sem escurecer, abaixe o fogo, e acrescente o creme contido no liquidificador, deixe engrossar, acrescente o creme de leite. reserve.

o segundo recheio: numa panela, esquente o azeite e refogue o
meu tempero, acrescente o orégano, misture, acrescente as azeitonas, misture, acrescente o molho, misture e refogue por mais 3 minutos. reserve deixando esfriar.
noutra vasilha misture presunto ralado, muçarela ralada e o molho refogado, reservado, já esfriado.
os ingredientes da massa devem ser batidos no mesmo liquidificador, não lavado, no qual foi batido o milho - truquezinho culinário benfazejo. alterne os ingredientes, começando pelos líquidos. mas, ao colocar o fermento, agregue-o à massa misturando com uma batida rápida - uns 30 segundos.

feito isto resta acamar, massa e recheios, na ordem:

leve para assar no forno pré-aquecido. o tempo, depende de cada forno. forno é feito marido, cada uma sabe do seu. pra não errar, a partir dos 40 minutos, espete a faca. quando sair limpinha, a torta está assada.

não se acanhe e ponha na conta dos convivas, a coca-cola - zero ou original - ou a cerveja. bebericos essenciais pra o momento.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

salada de lentilha e arroz

a lentilha é asiática, tem 8000 anos, é rica em proteínas e isenta de gordura.

este alimento pré-histórico era ingerido junto com a cevada e o trigo, numa combinação agradável. a cozinha tradicional indiana usa a lentilha no preparo do dal, um prato feito à base de lentilhas picantes. sua planta de origem pertence à famíla lens ensculenta. são vagens que contêm duas sementes, no máximo. variam de tamanho, coloração e formato: grandes, pequenas, alaranjadas, pretas, verdes, vermelhas, em formato ovalado, arredondado ou de coração.

a lentilha era muito usada pelos hebreus e povos dos arredores, pra preparar pratos do dia-a-dia feitos com sobras de refeições mais requintadas. a lentilha engrossa caldos, ensopados e sopas.

enfim, os povos contam muito da sua história, através da forma como preparam os alimentos. a gastronomia culinária dos judeus narra a trajetória de uma povo errante que se mantém unido por ricas tradições.
as lentilhas tiveram um papel decisivo na história do povo judeu. esaú vendeu seu direito de primogenitura para o irmão jacob por um prato de lentilhas ... leia a história.

ingredientes:

2 xícaras de arroz - o arroz parboilizado é mais nutritivo, mais fácil de preparar, e fica bem soltinho - cozinhe ao seu modo
1 xícara de lentilha - cozinhe, deixando secar a água
1 cebola grande, ralada
1 pacotinho daquele tempero pra legumes, de saquinho, que enche a comida de amor ... sabe qual???
1 colher - sopa - de maionese light
1 xícara de salsinha e cebolinha picadas
3 ovos cozidos picados
vinagre a gosto
azeite de oliva virgem

preparando:

cozinhe a lentilha.
ainda quente, coloque numa tigela grande, junte a cebola ralada, o saquinho daquele tempero amoroso, a colher de maionese, regue com azeite de oliva virgem, vinagre a seu gosto, acrescente a salsinha e cebolinha picadas, misture tudo. reserve.
cozinhe o arroz, deixe descansar por 10 minutos, e misture à lentilha. reserve.
cozinhe os ovos, pique e junte à mistura da tigela. misture delicadamente.

sirva imediatamente ou espere esfriar.

abracadabra et, voilà!!!
requeri/regina claudia

domingo, 11 de março de 2012

pudim de pão - salgado -

dei um jeito novo no topo do assadeira, uma das melhores dádivas, entre as maiores, que eu me dou ao prazer de manter neste novíssimo e deslumbrante mundo, este mundo que se dá no infinito eletrônico da internet ... só pra iluminar a visão dos gulosos visitantes do blogg, que é o que importa.

o prazer de alimentar e de comer é o mais importante da vida, e chega antes da alimentação de sobrevivência. a gastronomia nasceu deste prazer e transformou-se em arte, a arte de cozinhar.

alimentar, gosto de dizer, é a mais primitiva e eficiente demonstração de amor.

eça de queirós incluiu em sua obra, em sua arte, a de escrever, inúmeras sensibilidades gastronômicas e descrições avassaladoras sobre comidas ou refeições. ele não se priva de mencionar a gastronomia como parte da sua fabulação. suas personagens roubam lascas de bacalhau ao sabor de um fio mole de azeite português, ou se lambusam com as doces delícias cor de ovos, e muito açúcar.
em qualquer ponto de sua obra, em nenhum momento ele nos deixa na mão, seja citando a alimentação em português ou em língua estrangeira, seja aludindo à alimentação comum, geral, do almoço, da ceia, do jantar, do banquete, do ágape, ... seja através de alusões a animais como alimento, alusões à natureza vegetal como ingrediente, alusões a comidas exóticas, tudo inserido no contexto ficcional, histórico, geográfico ... cabras da getúlia, moreias do lago lustrino, azeite de venafro, ... inserções simpáticas e saborosas feitas na própria narração auxiliando ao escritor na montagem da linha inconfundível de uma fabulação repleta de beleza estética, fantasia, ironia, sátira, ...

diante de tudo isso, humildemente ofereço uma receita boa, gostosa, prática que vai agradar aos que buscam a facilidade na cozinha.

ingredientes:
1 pão de forma, aparado
1/2 litro de leite fervendo
4 ovos
1 colher - sopa - rasa de fermento químico em pó
1 lata de ervilha
1 lata de palmito - pode substituir por 1 lata de milho verde sem a água
1 lata de atum
azeite de oliva
3 tomates grandes sem pele, picados, ou um sache de molho pronto
1 sache de caldo de legumes - se necessário, para acertar o sal
2 colheres do meu tempero - receita aqui
azeitonas

preparando:
pré-aqueça o forno a 180 graus.
unte uma forma de buraco no meio com óleo e farinha de rosca.
faça um refogado com azeite, meu tempero - aqui, os tomates/molho pronto, a ervilha, palmito/milho, atum, azeitonas.
despeje o leite fervendo sobre o pão de forma, e misture até desmanchar o pão. quando amornar
acrescente os ovos inteiros e o fermento. misture.
junte a mistura de pão ao refogado, misture bem para agregar todo mundo, coloque na forma untada, e leve ao forno pra assar, até que a faca/palito saia limpinho.

abracadabra et, voilà!!!
requeri/regina claudia

sábado, 10 de março de 2012

espaguete com molho branco e abóbora/moranga

ingredientes:
1/2 abóbora/moranga - 1,150kg, aproximadamente
400g de creme de leite - 2 caixinhas
1 pote de iogurte natural desnatado
2 copos de leite
2 colheres - sopa - de amido de milho
1 pacote de espaguete - 500g
5 dentes de alho, grandes, amassados - opcional
2 saches de caldo de legumes
sal a gosto
azeite de oliva
salsinha picada
queijo parmesão ralado e/ou gorgonzola esfarelado

preparando:
enquanto prepara o molho, cozinhe o macarrão.
limpe, descasque, corte a abóbora/moranga em cubos.
leve pra panela, coloque água sem cobrir todos os pedaços, acrescente os saches de caldo, azeite a seu gosto, e deixe cozinhar e reduzir a água.
quando estiver cozida e a água tiver quase secado, acrescente mais azeite e o alho, e refogue.
à parte misture o leite ao amido de milho, e despeje sobre a abóbora. deixe engrossar. acrescente o creme de leite, e misture bem. apague o fogo e coloque o iogurte. misture, e tempere o macarrão.
salpique com salsinha, queijo parmesão ralado/gorgonzola esfarelado.

abracadabra et, voilà!!!
requeri/regina claudia

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

risoto de aspargos frescos

hoje o blogg está se dedicando a espalhar a boa palavra sobre as virtudes de aspargos frescos, uma flor dentre os alimentos mais perfeitos da natureza.

as lanças carnudas de espargos verdes são suculentas e ele tem sido considerado uma iguaria desde os tempos antigos.

este vegetal altamente valorizado chega com a primavera, quando os seus rebentos rompem o solo e atingem o seu comprimento de 6-8 polegadas, tamanho suficiente pra colheita.

membro da família lily - liliaceae - a mesma que relaciona lírios, cebola, alho e aloe vera, tendo seu cultivo bem feito, há de produzir nutrientes ideais e fundamentais ao nosso organismo.
lider no fornecimento de ácido fólico - necessário para a formação de células sanguíneas - ele é uma boa fonte de fibras, potássio, vitamina b6, vitaminas a e c, e tiamina.
o aspargos não têm gordura, não contêm colesterol e têm baixo teor de sódio.

conheça, aqui, suas qualidades

importante: não desperdice a água do cozimento dos aspargos. ela pode ser usada no arroz, sopa, etc. se não utilizar, guarde na geladeira, e aproveite em outro dia.

habitue-se ao consumo de aspargos frescos!!!

ingredientes:
1 quilo de aspargos frescos
3 colheres e 1/2 - sopa - de manteiga ou margarina
3 colheres do meu tempero - receita, aqui
1 xícara de arroz arbóreo
1/2 xícara de vinho branco seco
3 1/2 xícaras de caldo de galinha ou caldo de legumes - substituia parte da água do caldo, por parte da água da cozedura dos espargos
1/2 xícara queijo parmesão ralado
sal, se necessário
pimenta do reino a gosto
um fio de azeite de oliva
preparando:
leve, ao fogo, uma panela com água, e deixe ferver.
limpe os aspargos retirando, se necessário, as extremidades duras, aquelas que são opostas às extremidades das florzinhas. cortando uma pontinha com a faca, é possível sentir se está tenra ou não.
corte em pedaços de 4cm, aproximadamente.
escalde os pedaços de aspargos na água fervendo por, aproximadamente, 2 minutos.
ao completar este tempo, retire os aspargos da água com a ajuda de uma espumadeira, vá colocando no lavador de arroz ou escorredor de macarrão, e escalde com água gelada, para que eles mantenham uma cor viva. reserve os aspargos e a água do cozimento.
em uma panela, derreta 3 colheres - sopa - de manteiga com um fio de azeite de oliva, e refogue o meu tempero, sem dourar.
coloque o arroz no refogado, e deixe incorporar tudo muito bem, mexendo por 2 ou 3 minutos e adicione o vinho, sempre mexendo.
quando o vinho tiver sido quase totalmente absorvido pelo arroz vá, aos poucos, adicionando o caldo de frango ou legumes, sempre mexendo, adicinando, mexendo, para evitar que o arroz grude na panela. este processo deve durar uns 15 ou 20 minutos, até que o arroz esteja cozido ao dente.
caso o caldo não seja suficiente, utilize o resto da água do cozimento dos aspargos.
acerte o sal. adicione a pimenta do reino, se quiser.
junte a 1/2 colher de manteiga ou margarina que sobrou, e o queijo ralado.
misture tudo, muito bem, e sirva com salada, com peixe, ... com o acompanhamento que preferir.

abracadabra et, voilà!!!
requeri/regina claudia

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

um conto, uma receita - sobrecoxas de peru ou frango, ao forno

Uma Galinha - Clarice Lispector -

Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.

Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.

Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto vôo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro vôo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar, vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.

Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.

Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se pode­ria contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.

Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por uma asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos. Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, pare­cia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou, respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração, tão pequeno num prato, solevava e abaixava as penas, enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento, despregou-se do chão e saiu aos gritos:

— Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! ela quer o nosso bem!

Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre, nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer. Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:

— Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!

— Eu também! jurou a menina com ardor. A mãe, cansada, deu de ombros.

Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: "E dizer que a obriguei a correr naquele estado!" A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.

Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.

Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado às fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.

Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.
ingredientes:
6 belas sobrecoxas - ou coxas - de peru ou de frango, com a pele
1 lata pequena de massa de tomate
1 sachê de caldo de galinha ou legumes
alguns legumes cortado e cozidos em água e sal - couve de bruxelas, alho porro, cebolas, brocolis, cenouras, batatas, e outros de sua preferênia
50 ml de água morna
1 copo de vinho tinto seco
1/2 colher - sopa - de suco de limão
1/2 colher - sopa - de curry em pó
1 colher - chá - de açafrão em pó
2 colheres - sopa - de um combinado entre alecrim, manjericão e orégano
sal se necessário
pimenta a gosto
cebolinha e salsinha picadas

preparando:
pré-aqueça o forno em temperatura média. o meu é a 180°c. cada uma sabe como se comporta o seu forno.
mantenha uma chaleira ou leiteira com água fervente para acrescentar ao molho da assadeira, enquanto a carne estiver no forno.
em uma panela antiaderente, frite em fogo alto as sobrecoxas/coxas de peru/frango com a pele, virando de todos os lados, para deixar sair a gordura. deixe que fiquem douradas. adicione o sal e a pimenta, com cuidado, sem exagero.
para o molho, coloque o sache de caldo em uma tigela, adicione a lata de massa de tomate, o vinho, e diluia tudo com a água morna.
adicione o suco de limão, o combinado de manjericão e orégano, a pimenta e acerte o sal.
o molho deve ser espesso mas não consistente, se necessário adicione mais água.
coloque as sobrecoxas/coxas de frango/peru em uma assadeira, ajeite os legumes cozidos, polvilhe com curry e açafrão, e despeje o molho de tomate sobre todo mundo.
deixe no forno por 1 hora e meia. se achar que está assando muito rápido, baixe um pouco a temperatura.
vá regando a carne com o molho da assadeirae, se necessário, vá acrescentando, aos pouco, água fervente.
para servir salpique com a salsinha e cebolinhas picadas.
polenta mole ou arroz branco são ótimos acompanhamentos.

abracadabra et, voilà!!!
requeri/regina claudia

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

frango com maçã verde

ingredientes:
2 colheres - sopa - de sálvia picada
2 colheres - sopa - de margarina
1 ou 2 saches de caldo de frango em pó
pimenta-do-reino a gosto
2 colheres cheias - sopa - do meu tempero - receita, aqui
1 frango de 2kg, inteiro
5 maçãs verdes com casca, cortadas em cubos grandes

preparando:
ligue o forno em temperatura média.
lave o frango e enxugue.
misture a margarina, a salvia, o meu tempero, o caldo e a pimenta.
esfregue a mistura no frango, por dentro e por fora.
lave as maçãs, retire as sementes, deixe a casca, e corte a maçã em cubos grandes.
recheie o frango com os pedaços das maçãs.
amarre o frango pelas coxas, vedando o buraco por onde foram colocadas as maçãs. leve para assar no forno médio, preaquecido, por 1 hora e meia até ficar dourado.
enquanto isso, regue com o caldo que for surgindo na assadeira.

pronto!!!

abracadabra et, voilà!!!
requeri/regina claudia

sábado, 14 de janeiro de 2012

fricassée feito de linguiça de frango

o fricassée - entre nós escrito fricassê - popularizou e adquiriu vida própria através da imaginação inerente a quem se dedica à culinária.

conforme nos ensina deonísio da silva - professor e escritor, formado em letras pela usp e membro da academia brasileira de filologia - fricassê vem do francês fricassée, do verbo fricasser, guisar, talvez formado a partir de frire, fritar, tendo também o sentido de comer, como na expressão il n'y rien à frire - não há nada para comer - seguido de casser - partir, quebrar. Outros viram a origem remota no latim frigicare - fritar - mas a presença do provençal fricar - fritar - que teria servido de transição, não pôde ser comprovada. fricassê é um guisado de vitela ou frango, cortados em pedaços e cozidos em molho bem temperado e abundante. de início escrito em francês, fricassée, está em nossa culinária desde o século 18.

em outra fonte encontrei: fricassée - guisado cujo molho, ligado com gemas de ovos, é fortemente temperado com limão e salsa.

na cozinha tunisiana o fricassée é um sanduiche com atum, harissa - molho de pimenta - ovo, azeitonas e azeite de oliva. não tem qualquer semelhança com o clássico fricassée francês, o guisado de caçarola com o mesmo nome. o sanduiche é um produto do passado colonial da tunísia, que os vendedores de rua, para compensar a falta de fornos fazem fritos. eles se tornaram uma instituição, um alimento que se come de manhã, de tarde e de noite. o fricassé tunisiano é uma bomba recheada de pedaços de atum, batata, harissa diluída em água, uma fatia de ovo mal cozido e, por vezes, algumas azeitonas.

no dicionário priberam da língua portuguesa encontrei assim:
fricassé
s. m.
1. Guisado de carne picada ou de aves, partidas e coradas ou meio fritas em manteiga, com gemas de ovos.
2. Designação de outros preparados culinários.
3. [Figurado] Mistura.

de portugal conheço o fricassée de frango ou de pato, sempre finalizado com gemas e suco de limão.

o que nos consola é que o nosso vocabulário simples disfarça a verdadeira origem das palavras. os termos provenientes do francês, utilizados como se fossem nossos, são mais comuns do que pensamos.
nosso vocabulário é repleto de palavras de origem francesa modificadas pelo tempo, e que hoje são, naturalmente, parte integrante da nossa língua.
os franceses chegaram ao brasil no século XIX mostrando um idioma diferente, e uma cultura rica em tradições. era a cultura e elegância invadindo nossa vida. apesar do inglês constar como a forte influência em nosso vocabulário, o francês é especialmente usado como referência na moda e na culinária do brasil.

portanto, o fricassée - ou fricassê, ou fricassé - da receita de hoje, pouco ou nada tem a ver com o original e, se é uma invenção brasileira ... danou-se!!! este caiu na cozinha certa, pois, sairá dela com mais alguma adaptação.

ingredientes:
1 lata de creme de leite
1 lata de milho verde com a água
1 copo de requeijão cremoso
1 pacote de creme de cebola, ou de creme de milho verde, ou de creme de galinha, ou sopa de aveia com galinha
1 ovo inteiro
1 e 1/2 xícaras - chá - de vinho branco seco
ou
1 e 1/2 xícaras - chá - de leite
2 colheres - sopa - do meu tempero - receita, aqui
100g de azeitona sem caroço - opcional
760g de linguiça de frango sem a pele, esfarelada
2 ou 3 cenouras médias raladas
salsinha picada
200g de mussarela ralada ou fatiada e cortada em quadradinhos
200g de queijo parmesão ralado
100g de batata palha
2 colheres - sopa - de azeite de oliva

preparando:
bata no liquidificador o milho, o requeijão, o creme de leite, o ovo e o leite. reserve.
leve ao fogo numa panela, a linguiça de frango sem a pele, esfarelada e coberta com um pouco de água. com a ajuda de um garfo separe a carne, deixe ferver a água e, sempre com a ajuda do garfo, mantenha a carne bem separada.
quando a água secar acrescente o meu tempero e o azeite. deixe fritar. acrescente a cenoura ralada e refogue um pouco mais. incorpore a carne e a cenoura, sem deixar que a cenoura fique muito mole. neste ponto acrescente o pacote de creme - sopa - da sua escolha. mexa bem, incorporando todo mundo e junte a mistura batida no liquidificador e as azeitonas. mexa bem até que fique tudo bem agregado.
se necessário, acerte o sal.

lembre-se!!! a linguiça, as azeitonas e a sopa creme já são salgadas.

deixe o creme no fogo até engrossar, mexendo sempre. desligue o fogo e acrescente a salsinha picada.
em seguida coloque a mistura do refogado num refratário, cubra com a muçarela, com o queijo parmesão, e espalhe a batata palha sobre tudo.
leve ao forno e deixe até perceber que está fervendo.

abracadabra et, voilà!!!
requeri/regina claudia

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

churrasco de apartamento, pão de alho e molho de cenoura pra salada

o sonho dos invejosos moradores de apartamento é fazer churrasco.
as churrasqueiras vendidas por aí, aquelas que os vendedores insistem em chamar de apropriadas, são caras, muitas nem sempre cumprem o prometido, não nos privam do fumacê que insiste em fazer parte da festa, ou do trem de cozinha que fica lá, nos aguardando sobre a pia.
foi então que, escritório e apartamento, irmanados em união sem precedentes, nos trazem uma alternativa barata, sem possibilidade de erro ou decepção, livre da inconveniente fumaça e, quem sabe, pouquíssima louça pra lavar, caso você opte por uma assadeira descartável.
a coisa toda se passa dentro do envelope de papel pardo, aquele usado para envelopar documentos escritos em folha de papel ofício. sabe qual???

a costela
ingredientes:

2 quilos de costela bovina - escolha um pedaço robusto, mas com pouca gordura
1 envelope grande - daqueles que se usa em escritório
azeite de oliva próprio para culinária, ou seja, não precisa ser o extra virgem
grampeador, também usado em escritório
sal
1 assadeira grande, que pode ser do tipo descartável

preparando:
ligue o forno em temperatura quente.
corte a carne em 2 pedaços e tempere com sal.
coloque o envelope sobre a assadeira e passe azeite de oliva em suas duas faces - nas duas faces externas, apenas. com a ajuda da mão espalhe de um lado, vire o envelope e espalhe do outro lado. o envelope deve ficar encharcado de azeite. o azeite prenetará no interior do envelope.
arrume os pedaços de costela dentro do envelope. feche a aba do envelope e grampeie, como se estivesse preparando uma encomenda.
coloque o envelope em uma forma e leve ao forno preaquecido por 1 hora.
desembale a costela cortando, com cuidado para não se queimar com o vapor, o envelope que a envolve.

sirva com farofa, salada, e pão de alho.

pão com alho
ingredientes e preparo:

misture 1 xícara de maionese, 8 dentes de alho espremidos, suco de 1/2 limão, 100g de queijo parmesão ralado e 1 xícara de salsinha e cebolinha picadas. passe a mistura num filão de pão italiano cortado ao meio no sentido do comprimento, ou sobre fatias de um pão italiano redondo. leve ao forno para dourar, rapidamente. cuidando para não deixar o pão torrado e duro.

molho de cenoura para temperar a salada
ingredientes e preparo:

3 cenouras medias cruas
1 cebola média
1 ou 2 dentes de alho
1 vidro pequeno de maionese
1 caixinha de creme de leite - 200g
1/4 de xícara - chá - de vinagre
1/2 xícara - chá - de suco de limão
1 xícara - chá - de azeite de oliva extra virgem
sal ou caldo de legumes em pó e orégano a gosto

bata tudo no liquidificador, em velocidade média, deixando mais liso ou mais granulado, conforme a sua preferência.

abracadabra et, voilà!!!
requeri/regina claudia